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Foz do Iguaçu, Paraná, Brazil
Doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Economista, graduado pelo curso de Ciências Econômicas da Universidade Metropolitana de Santos - UNIMES/SP. Atualmente, atua como professor e pesquisador da UNILA - Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Pesquisa os seguintes temas: desenvolvimento regional, desenvolvimento sócio-ambiental e políticas públicas para o desenvolvimento local.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Nota sobre inflação de demanda: deve-se combater o consumo com juros altos?

Aumenta-se a taxa de juros para combater a inflação de demanda mas, conforme descrito na teoria econômica, a inflação de demanda, geralmente, ocorre quando tem um aumento da renda, que pode ser gerado pela ampliação dos gastos do governo e isso não ocorreu no Brasil. Também podemos associar a ampliação da demanda à expansão do crédito. Porém, o índice de inflação não traz na sua composição os bens duráveis, cuja venda é estimulada com o crédito. No nosso caso, combate-se o consumo para gerar estoque, só que é ineficaz na queda de preço. Causa desemprego e não garante a redução da inflação. A queda dos preços somente se sustenta com a ampliação da concorrência, seja estimulando as importações ou com política industrial que vise reduzir o custo, inclusive dos encargos públicos. Utilizar os juros nesse intuito (combater a inflação) é como combater a doença matando o paciente, na esperança que ele reencarne sem o mal (inflação) que o acometia.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Entendendo o câmbio

Quando ouvimos notícias sobre o câmbio, ou melhor, o preço do dólar, o que devemos pensar. Fala-se o dólar está em alta ou está em baixa mas, o que isso significa? Bom, depende do referencial, pois se a referência for a baixa, quer dizer que o dólar está em baixa em reais, isto é, vamos precisar de menos reais para comprar o dólar, aqui o câmbio está (sobre)valorizado, o que, de fato, favorece as importações e prejudica as exportações, afinal deixa a mercadoria estrangeira mais barata aqui e a nossa mais cara lá fora.
Para entender, veja esses exemplos:
1. Suponha o câmbio de US$1=R$1,75, para comprar uma HP12C da China, que custa US$100,00, precisamos de R$175,00, e para vender um saco de 60 kg de café na Europa e ter lucro, que custa internamente R$17,50, podemos aceitar US$10,00 que é preço no mercado externo;
2. Agora imagine a situação anterior, supondo que o câmbio baixou, quer dizer o real valorizou perante o dólar, agora US$1,00=R$1,50. Nesse caso, para importar a HP12C precisaria apenas de R$150,00, assim mais pessoas comprarão produtos importados que ficaram mais baratos em reais. Porém, agora, como o preço do café continua US$10,00 o vendedor, produtor brasileiro, se vender no mercado externo somente consegue R$15,00, valor menor que o ideal para gerar lucro ao produtor nacional.
Destarte, nunca devemos esquecer que quando importamos mercadorias mandamos nossos empregos e nossa renda para o país de origem do produto importado. O ideal é exportar e gerar emprego e renda no Brasil, mesmo que isso pressione um pouco a inflação.